Esta, com certeza, é a grande questão, em dias de tanta incerteza, reabrir gradativamente o comércio ajuda no restabelecimento da economia? Qual o melhor caminho a seguir? Já não bastasse o enorme problema de saúde pública causado pelo “coronavírus”, agora inacreditavelmente, o surgimento de uma crise política sem tamanho e desnecessária. São tantas indagações e poucas respostas seguras.
Com objetivo de conter a propagação da epidemia, os governos, da maioria de todos os países do mundo, com raras exceções, limitaram o desenvolvimento da atividade econômica, podemos dizer a nível mundial. Foram impostas condições de isolamento social, buscando restringir a circulação de pessoas, e consequentemente a proibição do funcionamento dos negócios, objetivando impedir o colapso do sistema de saúde[1].
Muitas críticas foram postas a esse processo de combate ao contágio, levando a discussão aos extremos. Governos do mundo todo, inicialmente, resistiram a ideia de “isolamento social”, defendendo a tese de que o prejuízo econômico, surgido da paralisação, superaria o prejuízo causado pela pandemia ao se sustentar que as consequências seriam muito mais nocivas, diante de uma crise econômica de grande proporção causada por essa paralisação das atividades econômicas.
Outros setores defendem uma tese inversa, afirmando não haver uma lógica em se acreditar que o impacto que a crise de saúde pública gera, se não observada pelo isolamento, uma condição muito mais negativa que superaria o prejuízo econômico, caso não se fizesse o “isolamento social”, pois sem ele, a curva de contágio seria muito alta e consequentemente causaria o esgotamento do sistema de saúde de tal forma que demoraria muito mais se recuperar a economia. Por fim, todos entendem que a crise é grave, de qualquer maneira, um problema que temos de enfrentar.
Em Mato Grosso vemos um contágio controlado, diferente de outras regiões do Brasil, podemos dizer que a quarentena realizada, principalmente na capital, colaborando para contenção da proliferação do vírus, que hoje vemos na prática, nos colocou em situação de maior flexibilização do isolamento para a volta das atividades. Não há como não parabenizar o governo municipal, e ao prefeito da cidade de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, pela coragem de enfrentar toda uma oposição, quando decidiu pelo isolamento. Nos parece, a medida mais acertada de todas. Como centro econômico e de negócios, a capital Cuiabá, ao passar pelo isolamento, filtrou de certa forma o contágio para todas as regiões de Mato Grosso. Pelo que se vê, foi um sucesso.
Agora que o comércio varejista das principais cidades de Mato Grosso está em fase de flexibilização para a abertura gradual, vemos a importância da primeira etapa de contenção do contágio. Cuiabá em especial, a partir do dia 27 de abril, última segunda feira, retornou, com restrições, ao funcionamento do varejo. As lojas e revendas de veículos, como todo comércio, dentro de condições de proteção a saúde pública e contenção do coronavírus, reabriram suas portas para atender a população interessada em adquirir um automóvel.
É interessante esclarecer que o sistema para a comercialização de veículos, sejam usados ou novos está restabelecido, apesar das reservas que são relativas ao contágio, não há barreiras para aquisição do carro, as financeiras continuam em atividade realizando as operações de crédito ao consumidor da mesma forma que antes, todas as lojas do Estado estão abertas, obvio cumprindo as exigências e o horário da flexibilização que impõe novas rotinas e hábitos aos comerciantes, funcionários e clientes.
Nossa pergunta inicial é “Somente reabrir o comércio, adianta?
Sim adianta. Após uma semana da autorização para reabertura do comércio varejista de revenda de automóveis, segundo informações da AGENCIAUTO/MT – Associação dos revendedores de veículos de Mato Grosso, foi muito positiva e necessária, apesar das mudanças na forma de se atender por parte dos lojistas e do comportamento acanhado do consumidor, quando se trata de risco no investimento, não houve um impacto significativo no processo de venda, somente a preocupação do consumidor em realizar uma negociação dentro de uma condição de segurança econômica, muito mais evidente. O que é entendido como normal, afinal o futuro ainda preocupa. Porém este momento é positivo para a compra, muito pelo fato de haver uma demanda reprimida, com uma grande oferta de produtos, dentro de condições muito favoráveis, oportunizando ao comprador vantagens que antes não existiam.
Os comerciantes e consumidores compreenderam a necessidade dos cuidados para controle do contágio e todos, raras as exceções, se adaptaram a nova realidade que se vive. Esse movimento é de grande importância para a normalização da economia, e eliminação do vírus, todos temos que colaborar. A flexibilização do isolamento depende desse comportamento inteligente, para que seja mantida e ampliada de forma gradativa a abertura até o momento que não seja mais necessária. Segundo o prefeito de Cuiabá:
“Esta retomada gradativa do comércio varejista é fruto do comprometimento de todos com o isolamento social desde o início. Apesar disso, não ficamos menos alertas e estamos em constante observação a qualquer alteração no cenário local, pois ainda estamos em meio a uma dura luta. A reabertura gradativa é uma medida que estava prevista no art. 38 do decreto nº 7.868 e visa a linha o desenvolvimento das atividades econômicas com as ações de prevenção ao contágio”, pontuou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro[1].
Em Mato Grosso, quando se avalia os resultados e impactos da pandemia mundial, vemos um cenário muito mais positivo, apesar da tristeza pela perda de vidas humanas, sem dúvida irrecuperáveis, aqui, se comparada a situação em outras regiões do Brasil e do mundo, enfrentamos esse grave problema com muita responsabilidade diminuindo seus efeitos, o que poderia ser diferente, caso não tivéssemos comprado a ideia do risco que a doença pode acarretar. Essa preocupação de todos e esse panorama que hoje vivemos evidencia a luz para o fim desse terrível episódio da história da humanidade e a retomada da vida cotidiana.
Mato Grosso, até o momento se mostrou uma região, do Brasil e do mundo, que toma medidas de controle ideais para vencer essa epidemia. Quanto ao comércio de venda de automóveis novos e usados, é fato, está pronto e preparado para realizar sua atividade econômica dentro de condições extremamente seguras e viáveis, justamente aquelas que dão ao consumidor grandes vantagens. Se você quer adquirir um carro, não perca a chance, mesmo diante de tanta dificuldade, o mercado está pronto para te receber.
[1] Fonte:http://www.cuiaba.mt.gov.br/governo/novos-habitos-a-volta-gradativa-do-comercio-de-cuiaba-e-a-adaptacao-de-comerciantes-e-clientes-as-medidas-de-biosseguranca/21809. Acesso dia 04/05/2020.
[1] Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/04/29/covid-19-e-desafio-muito-maior-que-crise-de-2008-dizem-economista.htm?cmpid=copiaecola. Acesso dia 29/04/2020.
Coluna Especial MT Econômico – Setor Automotivo
Colunista MT Econômico: Ricardo Laub Jr.
Historiador e Empreendedor graduado no Curso de Licenciatura Plena em História na UFMT- Universidade Federal de Mato Grosso e em EMPREENDEDORISMO (2005) pelas Faculdades ICE. Com Mestrado em História Contemporânea pela UFMT/PPGHIS. MBA – Master in Business Administration em Gestão de Pessoas, MBA – Master in Business Administration em Gestão Empresarial e MBA – Master in Business Administration em Gestão de Marketing e Negócios. Professor na faculdade, Estácio de Sá – MT, Invest – Instituto de educação superior. Presidente da AGENCIAUTO/MT- Associação do Revendedores de Veículos do Estado de Mato Grosso, com larga experiência profissional na elaboração de planos de negócio voltados para o ramo automobilístico, gerenciamento comercial, administrativo, controle de estoque, avaliação de veículos, processos operacionais e estratégicos para empresas do setor automotivo e gestão de pessoas no âmbito organizacional.
Leia mais – Opinião: O mercado de automóveis, efeito coronavírus. Carros novos e usados